Eu fico surpreso com o conteúdo que a TV aberta nos apresenta. Normalmente isso é um sentimento negativo, mas ontem tive uma inspiração. Estava lendo em algum canto da Internet que a atriz Marina Ruy Barbosa está desesperada para aparecer. Na mesma matéria, disseram que o pessoal da Globo a chama de Darlene, nos bastidores.
A Marina tem se esforçado para ser fotografada, entrevistada e aparecer em programas de entrevistas para obter fama. No caso dela, a fama alavanca a carreira e com isso seu cachê sobe. Mas nosso foco aqui é outro, é na Darlene. A Darlene era uma personagem da novela ‘Celebridade’ (2003), interpretada por Deborah Secco. Ela era uma dessas meninas comuns que conhecemos e desejava fama instantânea e a qualquer custo.
Vemos isso todos os dias nos meios de comunicação e redes sociais. Aspirantes a modelo que se envolvem com jogadores de futebol, atores, e se fotografam com eles em momentos íntimos. Depois publicam nas redes sociais, o que rende capas de revistas adultas, entrevistas e dá algum dinheiro por um tempo, mas quase todas elas somem.
Eu passei a chamar essa busca de “Síndrome de Darlene”, e este comportamento está mais próximo de nós do que você imagina. Hoje é comum o Facebook mostrar na sua linha do tempo grandes decotes ou mesmo mulheres de biquíni, assim, gratuitamente. É lógico que não é exclusividade feminina, os homens colocam seus feitos fitness, fotos de viagem, etc.
Eu sei o que passa na sua mente agora. Que mal há postar uma foto de sua viagem tão gostosa e dividir com os amigos? Que mal há compartilhar um momento refrescante em um dia de Sol? Nada! Se você não é Darlene, isso é normal, sempre existiu, sempre vai existir e é saudável.
Agora, há quem faça isso pela busca do “joinha”, aquele Curtir que não viria se não fosse o exagero. E há o exagero porque a busca pela “fama” e do status é uma necessidade de algumas pessoas. Há 10 anos nosso “Bom dia” alcançava 3 indivíduos: Sua mãe, pai e o gato. As fotos da viagem em que ela aparecia em um micro biquíni duas peças eram exibidas para 10 amigos ou amigas somente. Hoje são para 3mil, 4mil pessoas.
As redes sociais ajudaram a ampliar a interação entre as pessoas e “Darlenes” estão buscando seu espaço através dos exageros e frases de Clarice Lispector. E você só põe na vitrine o que tem para entregar. Da Clarice leio as frases abaixo das fotos da tatuagem nova, da malhação na academia das Darlenes, entende?
O life coaching Anthony Robbins explica esse fenômeno como uma necessidade de reconhecimento, mas no seu grau máximo, e aí está o desvio comportamental. Aquela pessoa que faz tudo para aparecer, seja no mundo físico ou digital, quer muito ser reconhecida. É uma situação de extrema carência. Uma carreira poderia dar isso, mas leva algum tempo. Chamar a atenção para seu corpo é mais rápido.
Em algum momento do dia queremos reconhecimento, aquele elogio que afaga nosso ego e eleva a estima, mas a que preço?
Uma foto ou um comentário em um desses momentos pode custar nossa imagem e nossa carreira. Você pode ser mal percebido por anos e não ter outra chance de causar uma boa impressão. Quer saber? Seja você mesmo, trabalhe com o que gosta, esteja alinhado com seus valores e garanto que os elogios virão. E, neste caso, eles sempre vêm de pessoas que reconhecem o seu verdadeiro eu, reconhecem o seu melhor.
E lembre-se: O limite é você quem faz!